sábado, 31 de março de 2012


ENTREVISTA/FREDERICO BARBOSA LEMOS – SFI: “LEVARAM TUDO. NÃO HÁ REMÉDIO NEM COMBUSTÍVEL NA PREFEITURA”

O prefeito em exercício de São Francisco de Itabapoana, Frederico Barbosa Lemos, falou por telefone no início da tarde desta sexta-feira(30/03) com a redação do Campos 24 Horas. Ele se mostra impressionado com a situação do município e afirma que não há remédio para atender a população  e também não há combustível para a frota de veículos da prefeitura.”Levaram tudo”, declara Frederico.
 
Ele afirma que vai aguardar até a próxima terça-feira para saber se conseguirá nomear novos secretários (exonerou todos ontem). Frederico explica que terá de aguardar até terça, porque é o dia que encerra o prazo para que o prefeito afastado Beto Azevedo deixe da cadeia. Beto teve prisão decretada por cinco dias e a Polícia Federal ainda não anunciou se vai pedir a prorrogação da prisão.

“Mesmo não sabendo se vou continuar no cargo, quero dar tudo de mim neste fim de semana e  preparar as praias para a Semana Santa. Dependemos muito do turismo”, afirmou o prefeito em exercício.

Fontes do Campos 24 Horas informaram que duas frentes de auditoria na prefeitura já levantaram vários casos graves de desvio de dinheiro, entre os quais dois chamam mais a atenção. Foi descoberta a transferência de cerca de R$ 500 mil da conta da Prefeitura no Banco Santander para conta particular do prefeito afastado Beto Azevedo e para contas de dois de seus irmãos. Também foi apurado que havia cerca de 50 parentes de Beto Azevedo numa Folha de Pagamento.

As auditorias são feitas de forma paralela ao trabalho de investigação da Polícia Federal. Vereadores integrantes da CPI que apura o desvio de dinheiro do SUS atuam em conjunto com servidores da prefeitura que foram convocados pelo prefeito em exercício para levantar toda movimentação finanxceirasdos últimos meses nas secretarias. Além da saúde, há suspeita de fraude nas áreas educação, transporte e administração.
Fonte: Site 24 Horas

Frederico Barbosa pede extratos detalhados das contas da Prefeitura

Fotos: Divulgação
Prefeito em exercício de SFI exonerou todo secretariado após a posse
Prefeito em exercício de SFI exonerou todo secretariado após a posse

O prefeito em exercício de São Francisco do Itabapoana, Frederico Barbosa Lemos, conversou na tarde desta sexta-feira (30/03), com a reportagem do Site Ururau e destacou a dificuldade em conseguir informações da atual situação do município. Segundo Frederico será complicado por exemplo realizar o pagamento do funcionalismo, já que a folha de pagamento não foi encontrada na Secretaria de Administração.

Frederico Barbosa Lemos está no cargo já que o prefeito Beto Azevedo está impossibilitado de exercer suas funções, depois de ser preso nesta quinta-feira (29/03), pela Polícia Federal.

Um fator complicador apontado foi por não tem conhecimento do caixa da Prefeitura. “Já pedi aos gerentes dos bancos um extrato detalhado das contas da prefeitura, não sei quanto tem em caixa, nem o que foi pago pelo município, também pedi para sustar todos os pagamentos até a segunda ordem”, afirma Frederico, que também vai abrir uma auditoria para apurar quem trabalha e se há casos de pessoas que recebam sem prestar serviços.

Outra auditoria, que já foi iniciada é a da Saúde. Além de auditar as contas e serviços, o Prefeito em exercício visitou nesta sexta-feira o Hospital Manoel Carola e postos de saúde do município. “Eu estive no Hospital e todos os serviços estão funcionando normalmente, assim como também os postos. Conversei com os funcionários e médicos e expliquei que todo atendimento deve transcorrer dentro da normalidade, inclusive neste fim de semana e no próximo, do feriado”. A primeira parte da auditoria deve ser concluída em 72 horas.

Frederico destacou ainda que encontrou o setor de Transportes sem combustível. “Não tinha um litro de gasolina sequer, só o que havia nos tanques dos veículos. Não tinha nada, nem pra abastecer as ambulâncias, mas já resolvemos isso e a frota está circulando”, pontuou.

'EXCLUÍDO DO GOVERNO DO QUAL É VICE PREFEITO'Frederico Barbosa Lemos foi eleito vice-prefeito, na chapa de Beto Azevedo, que na época contou com total apoio de Barbosa Lemos, pai de Frederico e ex-prefeito do município, mas segundo ele, após a posse, o comportamento de Beto Azevedo foi mudando, e o vice foi sendo afastado de suas funções.

“Durante todo o tempo todo eu fui afastado do Governo, até a chave do meu gabinete me tomaram, eu não podia trabalhar lá, minha esposa era secretária de Promoção Social e eu ficava lá na secretaria com ela, até que ela também foi exonerada”, contou.

O Prefeito em exercício disse estar disposto a trabalhar para recuperar a imagem do município: “Estou determinado a fazer o melhor, mesmo se eu for prefeito apenas por um, dois ou três dias, não importa, vou fazer de tudo para deixar o povo de São Francisco orgulhoso novamente”, disse.
Fonte: Ururau

sexta-feira, 30 de março de 2012

Frederico Barbosa Lemos toma posse exonerando 1º e 2º escalões

Fotos: Mauro de Souza / Blog Paulo Noel
Sem perder tempo, vice-prefeito assume o poder em SFI
Sem perder tempo, vice-prefeito assume o poder em SFI

O vice-prefeito de São Francisco de Itabapoana, Frederico Barbosa Lemos substituiu o prefeito Beto Azevedo no comando do Executivo Municipal na tarde desta quinta-feira (29/03). Frederico foi empossado por volta das 17h, na sede do Poder Executivo e de acordo com o ex-prefeito do município, ex-deputado estadual e pai do vice-prefeito, Barbosa Lemos, Frederico exonerou todo 1º e 2º escalão do Poder Executivo e afirmou que fará um levantamento das contas e contratos da Prefeitura.

Segundo Barbosa Lemos, o Frederico estará assumindo as funções do Executivo nesta sexta-feira (30/03). “Amanhã, o novo prefeito de São Francisco de Itabapoana estará entrando às 7h na Prefeitura pela porta da frente”, declarou ao Site Ururau. Ainda de acordo com Barbosa Lemos, a legalidade da posse está amparada na Lei Orgânica do município, em seu Art. 58, que versa que o Vice-Prefeito deve substituir o Prefeito em seus impedimentos e ausências e suceder-lhe no caso de ausência.

No entendimento de um dos advogados que representam o prefeito Beto Azevedo, Doutor João Paulo Granja, não houve tempo hábil para dar entrada com um pedido de revogação de prisão temporária junto ao Tribunal Regional Federal (TRF).

“Chegamos ao Rio de Janeiro e na manhã desta sexta-feira (30/03), estaremos dando entrada no TRF com o pedido de Habeas Corpus do prefeito Beto Azevedo. Entendo que a posse do vice-prefeito se trata de um expediente que não se reveste das formalidades jurídicas exigidas pelo fato do prefeito estar ausente por apenas cinco dias, como prevê a lei”, explica, destacando que a precipitação do Legislativo é uma medida que segrega o prefeito Beto Azevedo.

Polícia Federal apreende bens dos suspeitos de fraude na Saúde em SFI

Fotos: Carlos Grevi
Lancha apreendida em Cabo Frio era de propriedade da Fênix e do prefeito
Lancha apreendida em Cabo Frio era de propriedade da Fênix e do prefeito

Em coletiva no final da tarde desta quinta-feira (29/03), o delegado da Polícia Federal, em Campos, Dr. Paulo Cassiano Júnior elucidou alguns pontos da Operação Renascer deflagrada durante a madrugada de hoje.

De acordo com o delegado, o inquérito policial foi iniciado em 2011, quando, em novembro, uma pessoa que conhecia o funcionamento do esquema, buscou a delegacia, em Campos e detalhou os tramites da fraude. Com base neste depoimento, as investigações começaram, retrocedendo a 2009, quando a Fênix surgiu e ganhou a concessão da prefeitura para a realização de exames. À medida que avançaram, provas foram confirmando a versão da testemunha.



Além do informante, diversas pessoas foram ouvidas, em sua maioria, servidores da secretaria de saúde do município, confirmando que havia um esquema engendrado para o saqueamento de verbas da saúde em São Francisco do Itabapoana, por meio de fraudes na clínica Fênix.

FUNCIONAMENTO DO ESQUEMAA Clínica recebia as verbas, hora da própria prefeitura, hora do Ministério da Saúde, por exames laboratoriais e de imagem que eram prescritos pelos médicos, e que supostamente prestavam aos munícipes.

Quando encaminhava à prefeitura, o número de exames era hipervalorizado, chegando ao teto do que era celebrado no contrato. Os dados eram incluídos no sistema do Ministério da Saúde, pela secretaria de saúde do município, para que o Sistema Único de Saúde repassasse o valor condizente.

De acordo com o delegado, há documentos que comprovam que Fabel, que divide a propriedade da Fênix com sua esposa Juliana, tinha um contato direto com a Secretaria de Saúde do município, através do secretário Cristiano Salles, e este com o prefeito, permitindo o consorciamento de todos no objetivo de fraudar o SUS.

Ainda de acordo com Paulo Cassiano, o ex-secretário Fabiano Córdova fazia o esquema funcionar plenamente enquanto estava à frente da pasta, mas teria tido cabeça posta a prêmio, depois que o prefeito declarou que apoiaria sua candidatura a vereador. Fabiano foi exonerado, e em seu lugar entrou Cristiano, um antigo colega de faculdade, que deu continuidade ao esquema.

PARTICIPAÇÃO DO MINISTÉRIO DA SAÚDEUma vez com as provas em mãos, a PF pediu uma auditoria ao Ministério da Saúde, no entanto este não poderia se envolver nas investigações, sem se expor, o que atrapalharia o andamento da mesma.

Desta forma, foi realizada uma inspeção técnica com análise do banco de dados do SUS, que acabou por comprovar que a clínica havia ultrapassado o limite de exames e consultas em 500% do permitido pela média nacional do Sistema.

MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL DO RIO DE JANEIROCom base em provas testemunhais, documentais e técnicas, a PF apresentou os documentos à procuradora-chefe da Procuradoria Regional da República (RJ) Cristina Romanó, que entendeu a necessidade de recolher o prefeito e suspeitos. O desembargador federal do TRF-2ª Região, Messod Azulay se convenceu da necessidade dos cinco mandados de prisão e onze de busca e apreensão.

CUMPRIMENTO DOS MANDADOSNa tarde desta quinta-feira o prefeito de São Francisco de Itabapoana, Beto Azevedo, o ex-secretário Saúde Fabiano Córdova, o atual secretário da pasta Cristiano Salles, além dos proprietários da Clínica Fênix, Fabel Silva e sua esposa Juliana Meireles foram presos por cinco dias, acusados de corrupção ativa e passiva, concussão, que é o ato de exigir para si, dinheiro ou vantagem em razão da função, direta ou indiretamente e formação de quadrilha.

Todos serão soltos imediatamente após o prazo de cinco dias, mas este prazo pode ser estendido por mais cinco dias, ou evoluir para prisão preventiva, que pode durar o tempo do inquérito, de acordo com o andamento das investigações.

Os suspeitos tiveram alguns bens móveis recolhidos. Dentre eles, um Hyunday Vera Cruz, com valor estipulado em R$ 180 mil, uma Toyota SW4, com valor aproximado em R$ 170 mil, um Toyota Corolla, no valor de R$ 70 mil, um Kia Mohave no valor de R$ 200 mil, de propriedade do prefeito Beto Azevedo, além de uma lancha que foi apreendida em Cabo Frio, com valor estipulado em R$ 600 mil, de propriedade da Clínica Fênix. Curiosamente, dentro da Toyota SW4, do Fabel, os policiais encontraram um contrato particular de compra e venda passando metade da lancha para o prefeito Beto Azevedo.

De acordo com a Polícia Federal, a lancha que traz a inscrição “Dona Zezinha” pode ter sido uma homenagem à mãe do prefeito Beto Azevedo, Maria José.

A Polícia Federal descarta a possibilidade de Beto Azevedo desconhecer o esquema.


Fonte: Ururau

Beto Azevedo e os outros presos são transferidos para presídios

Fotos: Mauro de Souza / Carlos Grevi
Todos passaram por exames de Corpo Delito, Instituto Médico Legal
Todos passaram por exames de Corpo Delito, Instituto Médico Legal
O prefeito de São Francisco de Itabapoana, Beto Azevedo e as quatro pessoas que foram presas na manhã desta quinta-feira (29/03), na ‘Operação Renascer’ foram transferidos para os presídios na parte da tarde. Os quatro homens foram para a Penitenciária Carlos Tinoco da Fonseca e a dona da Clínica Fênix, Juliana Meireles, para o anexo feminino do presídio.

Os cinco presos prestaram depoimento na sede da Polícia Federal, no Centro de Campos, de onde saíram para passar por exame de corpo delito, no Instituto Médico Legal (IML), posteriormente sendo transferidos pelos policiais federais para os presídios.



PREFEITO E MAIS QUATRO PESSOAS PRESAS PELA POLÍCIA FEDERAL
A Polícia Federal (PF) deflagrou na manhã desta quinta-feira (29/03), a 'Operação Renascer' para desmantelar uma organização criminosa no município de São Francisco de Itabapoana (SFI) da qual o prefeito Beto Azevedo, segundo informações do delegado Paulo Cassiano, seria o líder.

Foram cumpridos cinco mandados de prisão e 11 de busca e apreensão em diversos locais, dentre eles, a casa do Prefeito e a Prefeitura de SFI. Na casa do prefeito, onde a incursão foi feita pelo Delegado Titular da Polícia Federal, Paulo Cassiano Júnior, junto com uma equipe, Beto Azevedo não estava em casa, somente sua esposa, filho e funcionários. Beto foi preso em outro endereço, um apartamento no edifício Luxor, em Campos.

Os mandados foram expedidos pelo Desembargador Federal Messod Azulay, da Segunda Turma Especializada do TRF (Tribunal Regional Federal) da Segunda Região.

Além de "Beto da Saúde", como também é conhecido o prefeito, foram presos o ex-secretário de Saúde do município, Fabiano Córdova, o atual, Cristiano Salles e os donos da clínica Fênix, o casal Fabel Silva e Juliana Meireles. Os mandados de prisão são temporários por cinco dias podendo ser estendidos.

Os mandados de prisão são por crimes de corrupção e desvio de dinheiro do Sistema Único de Saúde (SUS), estipulado em cerca de R$ 2,5 milhões. A verba teria sido desviada entre os anos de 2009 e 2011.

Segundo o delegado Paulo Cassiano, o grupo agia forjando exames para receber verbas do SUS (Sistema Único de Saúde). “Nós constatamos um acréscimo de 500% de exames no município, acima da demanda normal, para se ter uma ideia, se todos esses exames tivessem sido realizados, poderíamos concluir que toda população de São Francisco está muito doente, ou que todos estão muito bem, cuidando muito da saúde, porque se esses exames fossem realizados, seria como se todos os munícipes fizessem dois ‘check ups’ anuais”, disse o Delegado.

As investigações, que culminaram no inquérito policial, tiveram origem a partir do depoimento de um informante, em novembro de 2011.

Equipes da Polícia Federal recolheram documentos em repartições públicas que funcionam na sede do Executivo Municipal, como a Fundação Municipal de Saúde, onde a porta precisou ser arrombada, já que no momento da incursão não havia funcionários que tivessem a chave. O gabinete do prefeito também foi arrombado.

Segundo o delegado Paulo Cassiano, apesar de estarem com a prisão temporária de cinco dias decretada, a Justiça pode autorizar a prisão preventiva, que pode se estender por mais tempo. Ele tambémdisse que a prisão é importante, pois se os cinco estivessem no exercício de suas funções as investigações poderiam ser comprometidas. Durante toda a manhã e início da tarde agentes da PF chegaram à delegacia com documentos e CPUs de computadores, recolhidos nos locais dos mandados de busca e apreensão.

Todos os presos foram conduzidos a sede da Polícia Federal em Campos. Um dos advogados de Beto, Nelson Vinagre, disse que o prefeito prestou depoimento, acompanhado de outro advogado e que já estão estudando as medidas cabíveis para entrar com recurso para a soltura do Prefeito.

  

 Fonte: Ururau

quinta-feira, 29 de março de 2012

Prefeito de São Francisco preso em Campos, na 'Operação Renascer'

Fonte :Ururau

Fotos: Mauro de Souza
Outros quatro mandados foram cumpridos por corrupção e desvio de verbas da saúde
Outros quatro mandados foram cumpridos por corrupção e desvio de verbas da saúde

Desde as primeiras horas da manhã desta quinta-feira (29/03), a Polícia Federal deflagrou uma operação para, segundo o delegado Paulo Cassiano Jr., desmantelar uma organização criminosa da qual o prefeito de São Francisco do Itabapoana seria líder. Serão cumpridos cinco mandados de prisão e 11 de busca e apreensão.

O delegado da PF, Dr. Paulo Cassiano Jr., acompanhado de sua equipe, esteve na casa do prefeito Beto Azevedo, que foi preso em seu apartamento, no edifício Luxor, em Campos.

Além do Prefeito Beto Azevedo, foram presos o ex-secretário de Saúde do município, Fabiano Córdova, o atual, Criatiano Sales e os donos da clínica Fênix, Fábio Silva e Juliana Meireles.

De acordo com Paulo Cassiano, outros quatro mandados de prisão, por crimes de corrupção e desvio de dinheiro do Sistema Único de Saúde (SUS), estipulado em cerca de R$ 2,5 milhões, foram cumpridos, nem todos em SFI, já que alguns envolvidos tem endereço em Campos. A verba teria sido desviada entre os anos de 2009 e 2011.

As prisões são temporárias, com prazo máximo de cinco dias.

Mais informações em instantes...







quarta-feira, 28 de março de 2012


Comissão da Câmara não chega a acordo sobre divisão de royalties
Entenda toda a discussão sobre a divisão

quarta-feira, 28 de março  de 2012 (Foto: Agência Câmara)



O grupo de trabalho da Câmara criado para analisar o projeto de lei de distribuição dos royalties do petróleo adiou para o dia 10 de abril a votação do relatório do deputado Carlos Zarattini (PT-SP). Após quase quatro horas de discussão, os membros da comissão não chegaram a um acordo sobre como será o repasse de recursos oriundos da exploração do petróleo para estados e municípios produtores.Apesar de acreditar na possibilidade de um acordo, Zarattini avaliou que o debate desta terça-feira deixou o grupo de trabalho mais distante de um consenso. “Na última reunião, tínhamos avançado bastante no sentido de que haveria um critério para que os estados produtores – Rio de Janeiro e Espírito Santo – não tenham redução de receitas, mas, nessa reunião de hoje, houve certo recuo dessas bancadas”, disse Zarattini.O principal ponto de discussão foi a proposta do deputado Anthony Garotinho (PR-RJ). O parlamentar fluminense propõe que Estados e municípios produtores recebam, após a nova distribuição dos lucros do petróleo, o equivalente ao que receberam em 2011, corrigido pelo Índice Geral de Preços do Mercado (IGPM), da Fundação Getulio Vargas. Como não houve consenso em torno da sugestão, Garotinho ameaçou abandonar o grupo de trabalho. “Há muita intransigência dos Estados não produtores. O Rio de Janeiro já perdeu muito. É um saque. Não há acordo. Vou sair dessa comissão. O Nordeste quer dar uma garfada no Rio de Janeiro, mas vai levar o troco la na frente na discussão da distribuição do FPE”, ameaçou Garotinho.
Formado por 12 deputados, o grupo de trabalho terá 30 dias para elaborar um parecer ao projeto aprovado pelos senadores, que redistribui os royalties entre estados produtores e não produtores de petróleo. A ideia, segundo Zarattini, é aprovar o relatório na primeira quinzena de abril e votar a proposta no plenário até o início de maio.
Entenda
Desde 1979, a Petrobras vinha tentando comprovar a existência de óleo, mas as descobertas não foram significativas até 2005. Em agosto de 2005 foram encontrados os primeiros indícios de petróleo no pré-sal na Bacia de Santos, no bloco BM-S-10, próximo a Parati. O grande anúncio sobre o pré-sal ocorreu em novembro de 2007, quando o consórcio formado por Petrobras, BG Group e Galp conclui análises do segundo pólo do MS-S-11, na área de Tupi, que indicaram volumes recuperáveis entre 5 bilhões e 8 bilhões de barris de petróleo e gás natural. A descoberta chamou a atenção do mundo para o pré-sal.
As reservas da camada geológica do pré-sal são uma das maiores do mundo. O governo estima que os blocos na região podem conter entre 50 bilhões e 80 bilhões de barris, ou seja, cinco vezes as atuais reservas comprovadas do País. O maior campo identificado no bloco até o momento é o de Tupi, onde a Petrobras calcula que possa recuperar entre 5 bilhões e 8 bilhões de barris de petróleo e gás natural. O poço de Franco possui um volume de petróleo recuperável de 4,5 bilhões de barris. Iara, de propriedade da Petrobras, abriga reservas de entre 3 bilhões e 4 bilhões de barris.Desde 2007, o governo brasileiro se prepara para definir um plano de como explorar as reservas e o que fazer com o capital obtido com as riquezas. Em julho de 2008, o governo formou uma comissão interministerial para apresentar sugestões de mudanças institucionais e regulatórias para a exploração e produção de petróleo e gás natural na camada pré-sal. Começaram então as discussões para o novo marco regulatório. A proposta do governo para explorar as reservas, conhecida como marco do pré-sal, só ficou pronta um ano depois, em agosto de 2009. Segundo a União, 71% das reservas da área geológica ainda não foi licitada e será regida pelas novas regras. O marco do pré-sal foi dividido em quatro pilares:
Mudança do modelo de exploração
Até agora, o modelo de exploração de petróleo no País é o de concessão. O governo leiloa uma área e a empresa interessada paga royalties e taxas para o Estado, como a participação especial. No novo marco, o governo propõe a produção partilhada. A partilha prevê que a União fique com determinado percentual da produção do petróleo, ao passo que deve caber às empresas exploradoras o restante do insumo recolhido. O novo paradigma foi adotado pelo fato de o governo entender que os poços do pré-sal têm altas chances de ter grande quantidade de óleo. Com o provável baixo risco de frustração, o governo acredita que as empresas exploradoras têm a obrigação de repartir com a União parte da produção.
Criação da Pré-Sal S.A.
Para executar os trâmites burocráticos do governo no sistema de partilha foi proposta a criação de uma empresa, a Pré-Sal S.A.. A empresa será 100% estatal e vai tratar apenas de conferir se o que as empresas privadas estão repassando está correto e vender este óleo. A Pré-Sal S.A. não irá fazer exploração. Os integrantes do Conselho de Administração da empresa terão mandato de quatro anos prorrogáveis por igual período. A proposta determina que a Pré-Sal S.A. disponibilize na internet suas demonstrações financeiras e estabelece que as decisões colegiadas da diretoria executiva sejam tomadas por maioria absoluta de seus membros quando pelo menos três quintos deles estiverem presentes.
Criação do Fundo Social
O Fundo Social concentrará recursos governamentais relativos à arrecadação com a exploração de petróleo na região do pré-sal. O fundo receberá uma parte do que a União arrecadar com o pré-sal, entre bônus de assinatura dos contratos de partilha; royalties da União deduzidas as destinações específicas; resultado da comercialização do óleo e do gás que caberá à União na partilha e aplicações financeiras. Segundo o governo, o Fundo Social será vinculado à Presidência da República.O fundo funcionará como fonte para regular os recursos para realização de projetos e programas nas áreas de combate à pobreza e desenvolvimento da educação, da cultura, da ciência e tecnologia e da sustentabilidade ambiental. Embora parte dos recursos do fundo já tenha destino certo, outra parte da verba poderá ser investida fora do País. De acordo com o governo, o Fundo Social permitirá que o Brasil não seja vítima da chamada “doença holandesa”, situação na qual um exportador de produtos primários, como o petróleo, com a entrada excessiva de divisas, abre espaço para a apreciação cambial e o desmantelamento da indústria nacional.
Capitalização da Petrobras
A Petrobras foi definida pelo governo como exploradora única do petróleo e gás no pré-sal. Ou seja, a estatal terá participação em todos os blocos que forem criados para obtenção dos recursos. Para isto, a empresa precisava de dinheiro para comprar equipamentos e investir em pesquisa. O projeto estipulou duas operações principais. Uma foi a cessão das reservas e a outra, a autorização para a União subscrever ações da Petrobras e emitir títulos para pagar por elas. Na prática, a Petrobras pagou com ações para a União o direito de explorar os blocos. A União repassou à Petrobras os direitos de exploração de reservas ainda não licitadas que contenham 5 bilhões de barris de óleo equivalente (boe). A empresa pagou um total de US$ 42,533 bilhões (em forma de ações) pelos 5 bilhões de barris que estão em seis blocos: Franco, o maior deles, que deverá fornecer cerca de 3,1 bilhões de barris; Tupi Sul, Florin, Tupi Nordeste, Guará e Iara. Há, ainda, o campo de Peroba, que será uma reserva, caso os demais campos não somem 5 bilhões.Outra parte das novas ações emitidas em setembro de 2010 foi repassada ao mercado, que comprou R$ 120,36 bilhões em papéis da empresa – a maior operação de capitalização de uma empresa na história.
Divisão de royalties pagos pelas petrolíferas
A divisão dos tributos pagos pelas empresas que exploram as áreas com petróleo no País não estava entre os grandes pilares a serem discutidos pelo governo no marco do pré-sal. Contudo, a dificuldade em chegar-se a uma solução conciliatória fez com que o tema fosse discutido em separado e se tornado como o ponto mais demorado a ser resolvido. Desde 2009 governo federal, Estados, municípios e congressistas debatem sobre o tema. Não só os tributos pagos pelo petróleo tirado nas áreas a serem licitadas, mas os campos do pré-sal que já estão nas mãos das empresas entraram na discussão.Dentre os maiores tributos pagos pelas empresas petrolíferas atualmente ao País estão royalties e participação especial. O royalty é uma espécie de compensação cobrada das concessionárias que exploram a matéria prima. De acordo com a legislação brasileira, Estados e municípios produtores – além da União – têm direito à maioria absoluta dos royalties do petróleo. A divisão atual é de 40% para a União, 22,5% para Estados e 30% para os municípios produtores. Os 7,5% restantes são distribuídos para todos os municípios e Estados da federação. Estados e municípios não produtores e não afetados pela extração querem aumentar sua participação, enquanto os produtores e afetados pela produção não querem diminuir a deles. A proposta é que a União cedesse parte de sua parte. E é exatamente esta divisão que tem atravancado a aprovação total do marco do pré-sal.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou a defender a distribuição igualitária dos royalties, mas voltou atrás diante da pressão dos Estados produtores e passou a defender um tratamento diferenciado para essas administrações. Mas os deputados não aceitaram a proposta e aprovaram uma emenda, apresentada pelos deputados Ibsen Pinheiro (PMDB-RS), Humberto Souto (PPS-RS) e Marcelo Castro (PMDB-PI), que prevê a distribuição dos royalties do pré-sal para todos os Estados da federação. A divisão aprovada na Câmara por 369 votos a favor e 72 contrários é de que 30% dos royalties sejam destinados aos Estados, 30% aos municípios e 40% à União, sem tratamento diferenciado para os produtores. A chamada “emenda Ibsen” foi além da camada pré-sal e estendeu a nova distribuição de royalties também às bacias tradicionais, incluindo as já licitadas. Em um de seus últimos atos, Lula vetou este acordo.
A questão então voltou ao Congresso e a última proposta, que ainda precisa ser aprovada na Câmara e sancionada pela presidente Dilma Rousseff, é que para os Estados e municípios produtores ou afetados pela extração de petróleo o porcentual caia de 61,25% atuais para 40%, em 2012; 38%, em 2013; 36%, em 2014; 34%, em 2015; 32%, em 2016; 29%, em 2017; 27%, em 2018; e 26% a partir de 2019. Em contrapartida, a participação dos Estados e municípios não produtores ou não afetados subiria dos atuais 8,75% para 40%, em 2012; 42%, em 2013; 44%, em 2014; 46%, em 2015; 48%, em 2016; 51%, em 2017; 53%, em 2018; e 54% a partir de 2019.Já em relação à participação especial, uma outra taxa paga pelas petroleiras à União em campos de grande rentabilidade, a parte destinada aos Estados e municípios produtores e afetados cairia dos atuais 50% para 39% no ano que vem. A redução no percentual cairia gradualmente (37%, em 2013; 34%, em 2014; 31%, em 2015; 29%, em 2016; 27%, em 2017; e 25%, em 2018) até atingir 24% em 2019. Já Estados e municípios não produtores, que hoje não recebem nada de participação especial, passariam a receber 19% do total a partir de 2012 e aumentariam gradualmente (20%, em 2013; 22%, em 2014; 24%, em 2015; 25%, em 2016; 27%, em 2017; 29%, em 2018) até chegar ao percentual de 30% em 2019. Para os novos contratos, a União ficará com 20% dos roaylties, os Estados e municípios produtores e os municípios afetados dividirão 29% do que for pago em royalties e os demais Estados e municípios ficam com 51%. A partir das próximas licitações, que serão feitas sob o regime de partilha nas áreas do pré-sal, não haverá mais participação especial.
Fonte: Campos 24 Horas

terça-feira, 27 de março de 2012

Secretaria de Educação antecipa Nova Escola: reajuste será de 14,11%


Medida beneficiará cerca de 130 mil professores, ativos e inativos. Novos vencimentos valem a partir de 1º de Maio

O governador Sérgio Cabral e o Secretário  de Educação, Wilson Risolia, decidiram, em reunião nesta segunda-feira (26/03), antecipar as parcelas restantes do programa Nova Escola. O reajuste será de 14,11% e beneficiará cerca de 130 mil professores, ativos e inativos. Os novos vencimentos valem a partir de 1º de Maio. O esforço orçamentário será de R$ 150 milhões.

Inicialmente, as parcelas do programa Nova Escola seriam incorporadas até 2015. No entanto, a Seeduc antecipou em três anos o pagamento da gratificação. Em 2007, um professor inicial de 16 horas semanais ganhava R$ 540,64. Com o reajuste, o docente passará a receber, pelas mesmas 16h semanais, R$ 1.001,82.

- Com essa antecipação, zerando o Nova Escola, e o fato de termos eliminado os passivos de enquadramento, mostramos que o trabalho visa à valorização do professor. São medidas extraordinárias e que demandaram grande esforço, mas que valem a pena – disse o secretário de Estado de Educação, Wilson Risolia.

No Estado do Rio, a hora/aula passa a valer R$ 15,65. Com o reajuste, o Rio de Janeiro ficará entre os cinco estados com valor acima da média nacional. Atualmente, o piso é de R$ 1.450 para uma jornada de 40 horas semanais, o que corresponde a R$ 9,06 a hora/ aula.

A remuneração dos professores é constituída por vencimento-base, triênio por tempo de serviço e enquadramento por formação. Os aprovados no último concurso para Docente I - 16 horas semanais, com salário inicial de R$877,91, irão ingressar na rede recebendo o salário reajustado para R$ 1.001,82; assim como os de 30 horas por semana, que fizeram concurso para receber R$ 1.646,04 e receberão R$ 1.878,40.

Veja abaixo a tabela com os novos vencimentos (sem as vantagens: triênios e curso de pós-graduação lato sensu e stricto sensu - mestrado e doutorado)


CARGO
REF
JULHO/11
SETEMBRO/11
JULHO/12
JULHO/13

VENCIMENTO BASE
VENCIMENTO BASE
VENCIMENTO BASE
VENCIMENTO BASE


PROFESSOR DOCENTE I - 16 HORAS
3
836,10
877,91
958,68
1.001,82

4
936,44
983,26
1.073,72
1.122,03

5
1.048,81
1.101,25
1.202,58
1.256,67

6
1.174,67
1.233,40
1.346,88
1.407,16

7
1.315,63
1.381,41
1.508,50
1.576,38

8
1.473,50
1.547,18
1.689,52
1.765,54

9
1.650,32
1.732,84
1.892,27
1.977,40








PROFESSOR DOCENTE II












3
836,10
877,91
958,68
1.001,82

4
936,44
983,26
1.073,72
1.122,03

5
1.048,81
1.101,25
1.202,58
1.256,67

6
1.174,67
1.233,40
1.346,88
1.407,16

7
1.315,63
1.381,41
1.508,50
1.576,38

8
1.473,50
1.547,18
1.689,52
1.765,54

9
1.650,32
1.732,84
1.892,27
1.977,40








PROFESSOR EX-FAEP DOCENTE II 40 H












3
1.672,21
1.755,82
1.917,36
2.003,63

4
1.872,87
1.966,51
2.147,45
2.244,06

5
2.097,62
2.202,50
2.405,14
2.513,35

6
2.349,33
2.466,80
2.693,76
2.814,96

7
2.631,25
2.762,81
3.017,01
3.152,75

8
2.947,00
3.094,35
3.379,06
3.531,08

9
3.300,64
3.465,67
3.784,54
3.954,80








PROFESSOR EX-FAEP DOCENTE I 40 H
3
2.090,26
2.194,77
2.396,71
2.504,53

4
2.341,09
2.458,14
2.684,31
2.805,09

5
2.622,02
2.753,12
3.006,43
3.141,69

6
2.936,67
3.083,50
3.367,20
3.518,70

7
3.289,07
3.453,52
3.771,26
3.940,93

8
3.683,75
3.867,94
4.223,81
4.413,85

9
4.125,80
4.332,09
4.730,67
4.943,52



Fonte: Governo do Rio

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