RIO RETOMA MANIFESTAÇÕES CONTRA PERDAS DOS ROYALTIES
Ato em Campos reúne milhares de pessoas na praça. Firjan vai entrar com ação na Justiça
![]() |
Garotinho (PR), Rosinha (PR), Lindberg (PT), Odisséia (PT) e Roberto Henriques (PR) |
O Município de Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense, foi palco, ontem, da primeira manifestação pública deste ano no estado em defesa dos royalties de petróleo. O ato retomou o movimento ‘Justiça para quem produz’ em protesto contra a possível derrubada do veto do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Emenda Ibsen, que redistribui a receita dos royalties para todos os municípios do País.
Pela manhã, na capital, a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) informou que vai entrar na Justiça junto com o governo do estado, caso o Congresso aprove a mudança na divisão das riquezas, prejudicando o Rio. Em Macaé, também no Norte Fluminense, houve reunião entre o vice-governador, Luiz Fernando Pezão, e os prefeitos da Organização dos Municípios Produtores de Petróleo (Ompetro).
CAMPOS PERDE 80%
Enrolada em bandeira brasileira, Rosinha Garotinho, prefeita de Campos, comandou o ato na Praça São Salvador, que reuniu milhares de pessoas, entre servidores públicos, estudantes, universitários, trabalhadores e representantes da sociedade civil. A prefeita afirmou que o município perderá 80% da arrecadação até 2020, caso o veto seja derrubado.
“Se o veto cair, acaba a passagem social de R$ 1, acabam as bolsas universitárias, os terceirizados da prefeitura serão demitidos e param as obras de infraestrutura”, disse.
Natural da Paraíba, o senador Lindbergh Farias (PT-RJ), presente à manifestação, disse que defenderá o Rio no Congresso. Já o deputado federal Anthony Garotinho (PR-RJ) conclamou a população de Campos a acampar em Brasília e acompanhar a votação, no próximo dia 5.
“Artigo da lei que redistribui os royalties é inconstitucional”
A Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) contratou o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Célio Borja para analisar os aspectos jurídicos da Lei 12.351, de dezembro de 2010, que redistribui os royalties entre todos os estados. Segundo Borja, o Artigo 64 da lei é inconstitucional, porque poderá fazer com que o Rio fique inadimplente com a União.
“O Estado do Rio e a União firmaram um contrato para que o estado pague suas dívidas com os royalties. Se ficar sem essa arrecadação, o Rio poderá ficar inadimplente, o que poderia culminar em uma intervenção federal”, alertou o advogado constitucionalista.
Produtores e governo do estado juntam forças
Presidente da Ompetro e prefeito de Macaé, Riverton Mussi reafirmou ontem a intenção dos município de irem à Justiça, se não houver acordo entre União, estados produtores e não produtores e Congresso. “O governador já disse que vai entrar com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade para barrar a Emenda Ibsen. Os municípios irão pelo mesmo caminho”, disse Mussi.
Segundo o prefeito, pela proposta da União — de redução gradativa dos royalties dos municípios produtores dos atuais 26,25% para 6%, até 2020 —, as cidades produtoras seriam as mais prejudicadas. O vice-governador, Luiz Fernando Pezão, nominou como “violência com o Rio de Janeiro” qualquer tentativa de retirada dos royalties.
Segundo o prefeito, pela proposta da União — de redução gradativa dos royalties dos municípios produtores dos atuais 26,25% para 6%, até 2020 —, as cidades produtoras seriam as mais prejudicadas. O vice-governador, Luiz Fernando Pezão, nominou como “violência com o Rio de Janeiro” qualquer tentativa de retirada dos royalties.
Fonte: O Dia online
Nenhum comentário:
Postar um comentário