ENEM 2011: COM A CABEÇA EM JOGOS DO BRASILEIRÃO, CANDIDATOS ENCARAM NESTE DOMINGO PROVAS DE MATEMÁTICA, LINGUAGENS E REDAÇÃO

                                        Estudantes aguardam entrar para a prova

RIO - Hoje é um dia de jogo decisivo para os vestibulandos que entrarão em campo para fazer o Exame Nacional de Ensino Médio (Enem) 2011. Das 13h às 18h30, eles estarão concentrados nas 90 questões (45 de matemática e 45 de linguagens), além da redação. Bem, quase todos. Alguns estudantes vascaínos e flamenguistas estão divididos entre a prova e as importantes partidas de seus times, que jogam contra o Bahia e o Santos, respectivamente, pelo Campeonato Brasileiro.

Carlos Maurício, de 18 anos, já escolheu a roupa com que irá fazer a prova hoje. Com a camisa do Vasco, ele espera ter sorte no Enem e, ao mesmo tempo, transmitir vibrações positivas aos jogadores do vice-líder do Brasileirão, que enfrentará o Bahia, às 16h, em Salvador.

— Tenho paixão pelo Vasco desde pequeno e não perco nenhum jogo. Mas hoje vai ser difícil, porque não dá para fazer a redação e 90 questões em menos de 3 horas. Mas, se Deus quiser, passarei no Enem e seremos campeões — torce Carlos, que sonha em estudar Engenharia Mecânica na UFRJ.

Seu colega de turma no Colégio Anglo-Americano, o rival flamenguista Lucas Carelli também estará com o pensamento dividido entre o Enem e o jogo do rubro-negro contra o Santos, no Engenhão, às 16h.

— É um nervosismo duplo: ao mesmo tempo em que quero me concentrar na prova, estou ansioso por causa do jogo. Caso consiga terminar antes, vou correr para ver pela TV. Se não der tempo, vou perguntar o placar ao meu pai assim que eu entrar no carro — diz o estudante de 17 anos, que quer uma vaga em Direito e outra na Taça Libertadores da América.

O vascaíno Matheus Rangel já está com sua vaga assegurada ao menos para a Libertadores. Com o título de campeão da Copa do Brasil, o aluno do Colégio _A_Z agora tenta garantir um lugar no curso de Administração da UFRJ pelo Enem para poder torcer por seu time com mais tranqulidade em 2012.

Não perco um jogo do Vasco há dois anos. Mesmo em ano de vestibular, acompanhei toda a trajetória vitoriosa da Copa do Brasil. Mas hoje não vai ter jeito: nem se eu quisesse, dava pra fazer tudo até as 16h. Ainda temos 7 jogos pela frente, e o Enem é a última vez se Deus quiser

— Não perco um jogo do Vasco há dois anos. Mesmo em ano de vestibular, acompanhei toda a trajetória vitoriosa da Copa do Brasil. Mas hoje não vai ter jeito: nem se eu quisesse, dava pra fazer tudo até as 16h. Ainda temos 7 jogos pela frente, e o Enem é a última vez se Deus quiser — espera Matheus.

Victor Paranhos estuda no mesmo cursinho de Matheus, mas torce pelo time rival. Em sua segunda tentativa para passar para Medicina, ele não adotará a estratégia de sair mais cedo do Enem para ver o jogo do Flamengo, como fez em 2010.

— Tentei isso no ano passado, mas não deu certo. Vou ter que abrir mão de uma paixão para ir bem no vestibular. Mas, mesmo que eu passe pelo Enem, ainda vou ficar arrependido por ter perdido o jogo.

REDAÇÃO EXIGE CUIDADOS EXTRAS

A prova de redação — a única do Enem onde é impossível chutar — merece atenção especial. Conforme o edital do exame deste ano, o candidato deve fazer um texto dissertativo-argumentativo de no máximo 30 linhas, desenvolvido a partir de uma situação-problema e de subsídios oferecidos para permitir o desenvolvimento de uma reflexão escrita. Para que o texto seja corrigido, deve ser transcrito na Folha de Redação.

Cada texto passará por dois corretores, sem que um conheça a nota atribuída pelo outro. A nota final — até mil pontos — corresponderá à média aritmética simples das notas dadas pelos dois corretores. Em caso de discrepância de 300 ou mais pontos na nota atribuída pelos corretores, a redação passará por uma terceira verificação, a cargo de um supervisor. A nota por ele atribuída substituirá a dos demais corretores.

O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), órgão do Ministério da Educação responsável pelo Enem, lembra aos candidatos que o edital do exame define uma série de situações que podem resultar em nota zero na redação, tais como não atender à proposta solicitada no enunciado ou fazer o texto em uma estrutura que não seja a do tipo dissertativo-argumentativo. Além disso, o candidato não pode escrever menos de sete linhas ou mais de 30. A apresentação de impropérios e desenhos provoca anulação.

Fonte: Extra Online