RISCO DE PERDER R$ 50 BI COM REDISTRIBUIÇÃO DOS ROYALTIES MOBILIZA POPULAÇÃO
Rio - A população do Estado do Rio atendeu à convocação das lideranças políticas e tomou as ruas, ontem, no Centro da capital: 150 mil manifestantes, segundo cálculos da Polícia Militar, ocuparam a Avenida Rio Branco e a Cinelândia para protestar contra a mudança nas regras de partilha dos royalties do petróleo, que poderá retirar dos fluminenses até R$ 50 bilhões em 10 anos.
O governador Sérgio Cabral aproveitou a presença maciça de manifestantes para afirmar que “o Brasil corre o risco de abrir precedente muito perigoso”, referindo-se à possibilidade de a Câmara dos Deputados aprovar o projeto do senador Vital do Rêgo (PMDB-PB) que redistribui os royalties dos contratos de exploração já licitados.
“Hoje é o Rio, amanhã podem ser outros estados. O que o Rio não quer é que se invadam receitas já assumidas, que tenham a ver com segurança pública, com saúde, educação e o pagamento das aposentadorias”, afirmou.
Conscientização
Além dos milhares de manifestantes, a passeata reuniu parlamentares da Assembleia Legislativa e da Câmara dos Deputados de todos os partidos. Para um dos coordenadores da bancada fluminense em Brasília, deputado Hugo Leal (PSC), a manifestação serviu para acordar a população sobre o possível risco que perda dos royalties acarreta para o estado.
“Em termos nacionais, a mobilização pode mostrar que o Rio está unido, mas também representar uma provocação aos demais estados”, disse Leal, para quem não há mais tempo hábil de analisar o projeto neste ano na Câmara. Cabral voltou a afirmar que o Estado do Rio perderá R$ 1,5 bilhão, enquanto municípios perderão R$ 1,7 bilhão, só em 2012, caso a lei seja aprovada.
Ontem, o Estado do Espírito Santo também promoveu um ato em defesa dos royalties do petróleo. Aproximadamente 25 mil manifestantes foram à Praça dos Namorados, em Vitória, capital, segundo organizadores.
Festa no ato
No palco, artistas e personalidades se revezaram nos depoimentos ‘Contra a Injustiça — em Defesa do Rio’. A atriz Fernanda Montenegro leu um manifesto a favor dos royalties.
“Mexeu com o Rio, meu comigo” foi o slogan mais citado pelos artistas, como as atrizes Cissa Guimarães e Regina Casé. O cantor Lulu Santos e o grupo de pagode Bom Gosto animaram o público, que dançou até o fim do ato.
Mais de 90 municípios do Rio participam de ato
A presença de milhares de moradores do interior do estado fez soar mais alto o grito de protesto durante a passeata. De acordo com o governo do estado, os 92 prefeitos participaram do ato, acompanhados de seus seguidores.
O tamanho da caravana de Macaé foi proporcional ao prejuízo que o município pode sofrer. Sete mil pessoas viajaram em 110 ônibus para ir à passeata. Com uniformes nas cores azul e branco, destacaram-se na multidão.
Pelo substitutivo do senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), Macaé perde R$ 150 milhões em 2012, 40% a menos de royalties do que em 2011. “Somos o município mais afetado. Temos direito adquirido sobre esses royalties e qualquer tentativa de mudança é um crime”, disse o prefeito de Macaé, Riverton Mussi (PMDB).
Para o estudante macaense Victor de Oliveira, 22 anos, os jovens não podem achar que “o assunto não é com eles”. Também afetada, Campos foi representada por pelo menos 2 mil pessoas. O ex-governador Anthony Garotinho (PR) reclamou de ter contado com apenas 20 ônibus — 80 a menos que o esperado. O prefeito de Quissamã, Armando Carneiro, disse que o corte afeta a discussão do Orçamento de 2012. O município mandou 18 ônibus .
Presidente da Associação de Catadores de Jardim Gramacho (Caxias), Tião Santos, que ficou conhecido com o filme ‘Lixo Extraordinário’, disse no ato que os royalties são imprescindíveis para a “continuidade dos programas sociais”.
Diferenças partidárias ficaram fora do protesto
A mobilização reuniu políticos de todas as legendas. Os deputados federais Chico Alencar (PSOL-RJ) e Anthony Garotinho (PR-RJ), de oposição ao governo Cabral, deixaram diferenças de lado e caminharam em prol de um mesmo objetivo. “Os royalties são uma compensação. Esse corte violento é inaceitável. Se começar a vigorar a partir do dia 1º, vai quebrar muitos municípios”, alertou Alencar.
Garotinho, acompanhado de Rosinha, prefeita de Campos, e da deputada estadual Clarissa Garotinho, destacou a importância do movimento, mas observou que esperava mais gente na passeata. “A manifestação é suprapartidária. Todos os partidos estão unidos aqui. É importante que a população participe disso”, convocou Jorge Roberto Silveira (PDT), prefeito de Niterói.
O governador Sérgio Cabral aproveitou a presença maciça de manifestantes para afirmar que “o Brasil corre o risco de abrir precedente muito perigoso”, referindo-se à possibilidade de a Câmara dos Deputados aprovar o projeto do senador Vital do Rêgo (PMDB-PB) que redistribui os royalties dos contratos de exploração já licitados.
“Hoje é o Rio, amanhã podem ser outros estados. O que o Rio não quer é que se invadam receitas já assumidas, que tenham a ver com segurança pública, com saúde, educação e o pagamento das aposentadorias”, afirmou.
Conscientização
Além dos milhares de manifestantes, a passeata reuniu parlamentares da Assembleia Legislativa e da Câmara dos Deputados de todos os partidos. Para um dos coordenadores da bancada fluminense em Brasília, deputado Hugo Leal (PSC), a manifestação serviu para acordar a população sobre o possível risco que perda dos royalties acarreta para o estado.
“Em termos nacionais, a mobilização pode mostrar que o Rio está unido, mas também representar uma provocação aos demais estados”, disse Leal, para quem não há mais tempo hábil de analisar o projeto neste ano na Câmara. Cabral voltou a afirmar que o Estado do Rio perderá R$ 1,5 bilhão, enquanto municípios perderão R$ 1,7 bilhão, só em 2012, caso a lei seja aprovada.
Ontem, o Estado do Espírito Santo também promoveu um ato em defesa dos royalties do petróleo. Aproximadamente 25 mil manifestantes foram à Praça dos Namorados, em Vitória, capital, segundo organizadores.
Festa no ato
No palco, artistas e personalidades se revezaram nos depoimentos ‘Contra a Injustiça — em Defesa do Rio’. A atriz Fernanda Montenegro leu um manifesto a favor dos royalties.
“Mexeu com o Rio, meu comigo” foi o slogan mais citado pelos artistas, como as atrizes Cissa Guimarães e Regina Casé. O cantor Lulu Santos e o grupo de pagode Bom Gosto animaram o público, que dançou até o fim do ato.
Mais de 90 municípios do Rio participam de ato
A presença de milhares de moradores do interior do estado fez soar mais alto o grito de protesto durante a passeata. De acordo com o governo do estado, os 92 prefeitos participaram do ato, acompanhados de seus seguidores.
O tamanho da caravana de Macaé foi proporcional ao prejuízo que o município pode sofrer. Sete mil pessoas viajaram em 110 ônibus para ir à passeata. Com uniformes nas cores azul e branco, destacaram-se na multidão.
Pelo substitutivo do senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), Macaé perde R$ 150 milhões em 2012, 40% a menos de royalties do que em 2011. “Somos o município mais afetado. Temos direito adquirido sobre esses royalties e qualquer tentativa de mudança é um crime”, disse o prefeito de Macaé, Riverton Mussi (PMDB).
Para o estudante macaense Victor de Oliveira, 22 anos, os jovens não podem achar que “o assunto não é com eles”. Também afetada, Campos foi representada por pelo menos 2 mil pessoas. O ex-governador Anthony Garotinho (PR) reclamou de ter contado com apenas 20 ônibus — 80 a menos que o esperado. O prefeito de Quissamã, Armando Carneiro, disse que o corte afeta a discussão do Orçamento de 2012. O município mandou 18 ônibus .
Presidente da Associação de Catadores de Jardim Gramacho (Caxias), Tião Santos, que ficou conhecido com o filme ‘Lixo Extraordinário’, disse no ato que os royalties são imprescindíveis para a “continuidade dos programas sociais”.
Diferenças partidárias ficaram fora do protesto
A mobilização reuniu políticos de todas as legendas. Os deputados federais Chico Alencar (PSOL-RJ) e Anthony Garotinho (PR-RJ), de oposição ao governo Cabral, deixaram diferenças de lado e caminharam em prol de um mesmo objetivo. “Os royalties são uma compensação. Esse corte violento é inaceitável. Se começar a vigorar a partir do dia 1º, vai quebrar muitos municípios”, alertou Alencar.
Garotinho, acompanhado de Rosinha, prefeita de Campos, e da deputada estadual Clarissa Garotinho, destacou a importância do movimento, mas observou que esperava mais gente na passeata. “A manifestação é suprapartidária. Todos os partidos estão unidos aqui. É importante que a população participe disso”, convocou Jorge Roberto Silveira (PDT), prefeito de Niterói.
Fonte: O Dia
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