domingo, 8 de janeiro de 2012


Deslizamentos assustam moradores do Norte e Noroeste Fluminense

Defesa Civil pede a moradores de áreas de risco em Itaperuna que deixem suas casas


Rio - Três deslizamentos assustaram os moradores do Norte e Noroeste do estado na madrugada e na manhã deste domingo. Em Natividade, um homem ficou soterrado após o desabamento de uma casa na localidade de Cruzeirinho, zona rural do município. A vítima, que sofreu escoriações, passa bem e está internada em um hospital local.
Em Laje de Muriaé, um deslizamento de terra atingiu uma obra de contenção de encostas. Não havia pessoas no local. Em Itaperuna, uma casa no bairro de São Mateus foi atingida pelas terras, mas ningém ficou ferido.
"Estamos fazendo um apelo para que todas as famílias que vivem em comunidades localizadas em área de risco de encosta sem muro de contenção procurem casas de parentes para se abrigar. Se não houver familiares, eles podem fazer contato com a Defesa Civil para procurar um abrigo", disse o coronel Joelson Oliveira, coordenador da Defesa Civil de Itaperuna.
Foto: Leitor @engandreraeli
Avenida Cardoso Moreira, em Itaperuna | Foto: Leitor @engandreraeli
Itaperuna registrou 120mm de chuvas na madrugada deste domingo - três vezes mais do que o esperado. Oito bairros e todo o distrito de Retiro de Muriaé estão embaixo da água. Três mil famílias estão desalojadas em decorrência das tempestades.
O Instituto Estadual do Ambiente (Inea) alterou, às 6h deste domingo, para o estágio de alerta máximo a situação do Norte e Noroeste. A região é cortada pelo Rio Muriaé, que voltou a encher com a chuva desta madrugada. De acordo com o Inea, estão em alerta máximo os municípios de Cardoso Moreira, Laje do Muriaé, Itaperuna e Italva, sendo que os três últimos ainda entraram em estado de alerta para deslizamentos.
Segundo o coordenador da Defesa Civil no Noroeste do estado, coronel Douglas Paulich, todos os municípios afetados pelas chuvas no início da semana, com exceção de Santo Antônio de Pádua, voltaram a ser atingidos pelas tempestades. "Tivemos na madrugada o processo da segunda enchente. Os córregos transbordaram e elevaram o nível do Rio Muriaé. É uma enchente que subiu rápido e deve baixar rápido também", afirmou.
Estrada é interditada
O tráfego em uma estrada que liga os municípios de Campos dos Goytacazes e Cardoso Moreira está interrompido após a queda de duas barreiras, neste domingo. A via era a principal ligação entre as cidades após o rompimento de um dique que interditou a rodovia BR-356. "Felizmente não houve nenhum óbito. O trajeto que fica na zona rural é perigoso e fica muito próximo valões", disse Sidney Damasio, assessor de imprensa da prefeitura de Cardoso Moreira.
Foto: Leitor @engandreraeli
Avenida Cardoso Moreira, em Itaperuna, totalmente alagada neste domingo | Foto: Leitor @engandreraeli
Em Italva, foram 70mm de precipitação. As principais ruas do Centro estão alagadas. Segundo a Prefeitura do município, já foram 12 feridos, 650 desalojados e 150 desabrigados. A estimativa é de que 7 mil dos 15 mil habitantes de Italva tenham sido afetados pelas chuvas.
"As pessoas já tinham voltado para susas casas, mas a chuva desta vez foi ainda pior. Os morros estão com grandes riscos de deslizamento a qualquer momento", disse o prefeito de Italva, Joelson Soares, que pode decretar estado de calamidade pública ainda neste domingo.
Mais chuva nesta segunda-feira
De acordo com a previsão do tempo, nesta segunda-feira, os temporais voltam com força em todo o estado por causa da chegada de uma frente fria. De acordo com o meteorologista Paulo Matsuo, do Climatempo, o tempo só melhora na quinta-feira. Em todo o estado, são 7.707 pessoas desalojadas e 2.510 desabrigadas por causa das enchentes. Duas pessoas morreram, em Miguel Pereira e Laje de Muriaé.
Apesar da inundações, cerca de 2 mil famílias de Três Vendas se recusaram a deixar suas casas. Muitas permanecem em cima das lajes. Equipes da prefeitura estão indo de casa em casa, de barco, levando alimento, água e colchonete e orientando os moradores a saírem para os abrigos. Um posto comunitário foi montado na localidade pela Defesa Civil para atender às vítimas, com médicos e doações de cestas básicas.
De acordo com a prefeitura, a comunidade levará três meses para se recuperar dos prejuízos. O governo do Estado estima uma perda de 1,5 mil toneladas de produtos agrícolas nas lavouras de milho, mandioca e abóbora e 80 mil litros de leite por dia. Não há risco de desabastecimento.
Fonte: O Dia

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