domingo, 22 de abril de 2012



Casagrande procura nome para prefeitura de Kennedy

Ministério Público deve pedir intervenção na cidade amanhã
foto: Gabriel Lordêllo – GZ
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Reginaldo Quinta, prefeito de Presidente Kennedy
Prefeito, Reginaldo é acusado de comandar esquema

Com a iminência do pedido de intervenção estadual em Presidente Kennedy, o governador Renato Casagrande (PSB) já procura um nome para assumir o comando do município. O Ministério Público Estadual (MPES) deve encaminhar amanhã o pedido de intervenção ao Tribunal de Justiça do Estado (TJES).
Acusado de coordenar um esquema de fraudes na cidade, o prefeito Reginaldo Quinta (PTB) está preso e teve o afastado determinado pela Justiça, na Operação Lee Oswald. Já o vice-prefeito, Edson Nogueira (PSD), o Edinho, que foi cassado pela Câmara em outubro de 2011, teve a cassação mantida pela Justiça um dia após a operação, porque não mora em Kennedy e ocupava cargo público em Apiacá.
O terceiro nome na linha de sucessão, o presidente da Câmara, Dorlei Fontão da Cruz (PV), teve o afastamento determinado pela Justiça na operação. Até agora, no entanto, não foi localizado para ser notificado da decisão.
Além de Cruz, outros três vereadores que compõem à Mesa Diretora do Legislativo foram afastados dos cargos sob acusação do MPES de envolvimento no esquema que apura fraudes em contratos da prefeitura que somam R$ 55 milhões.
foto: Gabriel Lordêllo
Reginaldo Quinta, prefeito de Presidente Kennedy
Geovana e outros cinco secretários foram presos
Na última sexta-feira, o procurador-geral de Justiça, Fernando Zardini, se reuniu com Casagrande para tratar do pedido de intervenção e discutir a situação da cidade. O encontro, segundo a assessoria do governador, durou cinco horas, das 16h às 21h.
O governador conversou também com o presidente do TJES, desembargador Pedro Valls Feu Rosa, que é o relator do inquérito que resultou na prisão de 28 pessoas em Kennedy.
Perfil
Casagrande estaria em busca de uma pessoa com perfil técnico, com conhecimento de gestão, sem ligação com partidos políticos e que não tenha relações diretas com Kennedy, para ser o interventor do município. A assessoria informou que o assunto está sendo tratado com "equilíbrio" pelo socialista, que vai aguardar o desfecho do pedido de intervenção ao Poder Judiciário para se manifestar.

Situação inédita no Estado após a Constituição de 1988, a indicação de interventor para município envolve atos do Judiciário, Executivo e Legislativo. Primeiro precisa ser protocolada representação no TJES, com os motivos do pedido.
A intervenção deverá ser pedida pelo MPES e os procedimentos para a sua análise ainda não estão claros. O juiz auxiliar da presidência do TJES, Paulino Lourenço, disse que tudo depende do que for pedido. Conforme o Regimento Interno do TJES, inicialmente ele seria avaliado pelo presidente da Corte e, em seguida, pelo Pleno. O pedido de intervenção precisa ser aprovado pela maioria absoluta dos desembargadores – 18 dos 25.

foto: A Gazeta
Reginaldo Quinta, prefeito de Presidente Kennedy
O vice Edinho foi cassado por não morar na cidade


O prazo de duração da intervenção e sua amplitude estariam em análise pelo governador. Caberá a ele, até 48 horas após a aprovação do TJES, editar decreto com nome do interventor, condições de execução da intervenção e sua amplitude, que poderia, por exemplo, atingir também secretarias.
O decreto do governador precisa ser submetido ao plenário da Assembleia Legislativa, em 24 horas, conforme texto da Constituição Estadual.

Entenda a Operação Lee Oswald

Quadrilha

A quadrilha criminosa desvendada na quinta-feira pela Operação Lee Oswald atuava em pregões presenciais. A Federal verificou 21 contratos firmados em 2011, que somam R$ 55 milhões em Presidente Kennedy.
Rombo

Ao menos R$ 9,5 milhões foram desviados, por meio de contratos com sobrepreço, na cidade.
Cadeia
Na operação foram presas 28 pessoas. Dentre elas, o prefeito Reginaldo Quinta (PTB), apontado como chefe da quadrilha que atuava em fraudes em licitações, superfaturamento e desvio de verbas.
Rainha

Acumulando três pastas no município e herdeira política do tio, Geovana Quinta Costalonga era conhecida na cidade como “Abelha Rainha”. Ela foi presa. Todas as contratações que envolvem aquisição de bens e serviços passavam pelo crivo de Geovana.
Coordenação

Estaria na coordenação do grupo o procurador-geral da cidade, Constâncio Borges Brandão, que também está preso.
Secretários

Também foram presos os secretários Juliana Bahiense Fontão Cruz, Flávio Jordâo da Silva, Márcio Roberto Alves da Silva, Alexandre Pinheiro Bastos e Fabricio da Silva Martins (major da PM); e o pregoeiro Jovane Cabral da Costa.
Operação

Estavam ainda na operação do esquema o soldado da Polícia Militar Wallas Bueno da Silva – na cadeia –, funcionários públicos e empresários.
Afastados
Segundo a denúncia, os vereadores que integram a Mesa Diretora – Dorlei Fontão da Cruz, Manoel de Abreu José Fernandes e Clarindo de Oliveira Fernandes – e a presidente da Comissão de Finanças, Vera Lúcia de Almeida Terra, foram omissos diante das irregularidades cometidas no Executivo e tiveram atuação em manobras ilícitas.
Mais presos

Também estão presos os empresários Eli Ângelo Jordão Gomes, José Carlos Jordão Gomes, José Roberto da Rocha Monteiro, Cláudio Ribeiro Barros, Jurandy Nogueira Junior, Samuel da Silva Moraes Junior, Paulo César Santana Andrade, Carlos Fernando Zaché, Rodrigo da Silva Zaché, Fábio Saad Junger, Joel Almeida Filho e Miguel Jorge Freire Neto; e as integrantes da Comissão de Licitação Maria Andressa Fonseca Silva, Silvia França de Almeida e Charlene Carvalho Sechin.
Soltas

As empresárias Juliana Paula, Alessandra Salomão Rodrigues e Sabrina da Silva Tesch foram soltas.

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