O concurso público é um instrumento inibidor do empreguismo desenfreado. O contrato temporário (nada contra o contrato, mas aqui no nosso município parece ser permanente) é uma prática muito corriqueira usada pelos politiqueiros como forma de arrebanhar votos em detrimento à nomeação por meio de concurso público.
Em 2008, mais de mil candidatos foram aprovados no concurso público realizado pela Prefeitura de São Francisco de Itabapoana, todavia até a presente data, os concursados não foram convocados para ocupar os cargos para os quais foram aprovados. Embora o concurso tenha sido homologado em abril do ano corrente, o Prefeito Beto Azevedo (PMDB) reluta em convocar os aprovados. É importante frisar que na época em que o juiz proferiu a sentença sobre o referido concurso, estabeleceu multa diária de R$10.000,00, a partir da homologação, caso os aprovados não fossem convocados, o que significa dizer que só de multa o erário municipal deve mais de R$1.200.000,00. Na conta de quem será debitada essa multa? Do contribuinte, é óbvio.
Por que não convocam imediatamente os concursados, pois é sabido por todos que mesmo se a prefeitura convocasse todos os aprovados, ainda assim sobrariam vagas? Porque o atual prefeito e a maioria dos políticos da região usam os contratos temporários como moeda de troca, uma forma de manter os eleitores submissos, atrelados ao poder. Não querem que o trabalhador seja livre, não confiam nos eleitores do município. Não querem que o trabalhador seja cidadão.
Quando falamos em voto de cabresto, logo pensamos no Brasil rural, na República Velha, onde os coronéis exerciam o poder sobre a máquina administrativa dos municípios e geralmente ofereciam benefícios à população mais pobre: empregos públicos e privados, distribuição de alimentos, benfeitorias públicas, encaminhamentos médicos, a fim de angariar a simpatia e o prestígio de seus afilhados políticos. Parece que aqui em São Francisco estamos vivendo na República Velha: mandonismo local, voto de cabresto, empreguismo desenfreado, práticas triviais daquele período, utilizadas como mecanismo de controle político da maioria da população, uma forma de criar uma rede de dependência pessoal, mantida pelos caciques políticos locais.
Como podemos notar, a ideologia do clientelismo continua dominando o cenário político do nosso município.
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