REPERCUSSÕES DA CASSAÇÃO DE ROSINHA
Graciete Santana (presidente do diretório municipal do PCB) — “O processo eleitoral em Campos tem se apresentado viciado. Esse tipo de ocorrência precisa acabar. Essa sequência de prefeitos cassados é ruim para a cidade, mas se há ato ilícito a Justiça tem que agir. A mudança pode acontecer através do voto. Esse deve ser o pensamento do campista que no próximo ano volta às urnas”.
João Peixoto (deputado estadual e presidente regional do PSDC) — “Estou numa reunião do diretório do partido em Magé. Para ser sincero, nessas coisas de Justiça, eu não gosto de me meter. Mas lamento o que vem acontecendo na minha cidade, que é minha base eleitoral e onde vivo com minha família, com tantos prefeitos cassados num período tão curto de tempo. Campos é uma cidade hospitaleira, com uma gente trabalhadora e decente, que tem o orçamento municipal bilionário que todos sabemos. Mas é a Justiça que julga. Acho que todas essas cassações deveriam servir para a população avaliar melhor suas opções, quando for votar na eleição para prefeito do ano que vem”.
Paulo Feijó (deputado federal pelo PR) — “É um absurdo, uma decisão totalmente equivocada. Parece sentença encomendada, uma manobra em função da consolidação do governo Rosinha. As eleições municipais estão praticamente definidas, já que ela não tem adversários à sua altura e ela tem mais de 80% de aprovação do seu governo. O fortalecimento de Rosinha também favorece a candidatura de Garotinho para o governo do Estado em 2014, e vejo que alguns poderosos estäo tentando vencer no tapetão, um absurdo que está envergonhando o Judiciário. Mas sei que há pessoas de bem na justiça brasileira e acredito que essa decisão será alterada nas instâncias superiores”.
Roberto Henriques (deputado estadual pelo PR e pré-candidato à Prefeitura pelo PSD) — “Seria prematuro fazer qualquer tipo de previsão, até porque a prefeita pode conseguir se livrar de mais essa condenação, por meio de algum remédio jurídico de sua defesa. Só o que eu acho, em relação ao governo, é que deve haver continuidade, pois a cidade vai seguir andando e o poder, pelo artigo 37 da Constituição Federal, é impessoal. As pessoas são menos importantes que o poder. O presidente da Câmara assume a Prefeitura e tem que dar contuidade ao governo, se possível melhor, diante do quadro de obras paradas, da sonegação criminosa de medicamentos e exames à população, desse paquiderme que não anda, refém da Câmara Municipal, que é a administração Rosinha. Eu já tinha avisado a prefeita, assim como tinha avisado antes a Mocaiber: é preciso assumir o timão do governo. Só que a gestão de Rosinha funciona sob a tutela de um sujeito oculto: Garotinho. Por conta das intromissões dele no governo, ela hoje padece desse inferno astral, jurídico e administrativo. Foi por conta das intromissões dele na rádio O Diário, da qual ninguém sabe se é locutor, radialista, diretor ou dono, ditando ao seu bel prazer a linha editorial do veículo que, diferente de um jornal, é uma concessão pública, que Rosinha foi cassada pela segunda vez no mesmo processo”.
Geraldo Coutinho (presidente municipal do PSDB) — “Repito a opinião que dei na primeira vez em que a prefeita foi cassada: A cidade sofre com essa insegurança jurídica. Neste momento, não cabe fazer avaliação de mérito, mas lamento que a Justiça não disponha dos instrumentos para fazer as correções no tempo adequado. Se Rosinha não tinha condições de concorrer, de se eleger, de assumir e, depois de cassada a primeira vez, de reassumir a Prefeitura, porque essa decisão só agora, já caminhando para a conclusão do terceiro ano de um mandato de quatro? Essa troca constante de prefeitos em Campos, que não começou agora, é extremanente prejudicial à população, gerando instabilidade e descontinuidade administrativa. Quem diz o contrário, está vendo apenas o próprio interesse. Quanto à aliança do PSDB com o PR, ela foi firmada pelo projeto eleitoral de Rosinha para 2012. Por ora, nada muda, até que a questão seja clareada nos próximos dias, semanas ou meses. Mas, a confirmar o que está apontado com essa decisão de agora, lógico que novas conversas serão necessárias”.
Rockfeller de Lima (ex-prefeito de Campos) — “Lamento tudo isso. Esses fatos atrapalham a imagem do município, atrapalham inclusive o crescimento econômico. É bom lembrar que essa instabilidade começou na eleição de 2004. Hoje é difícil fazer política em Campos. As denúncias que levaram à cassação da prefeita precisam ser apuradas até o fim. A comunidade, de uma forma geral, aguarda por um desfecho. Campos ajuda a contar a história desse país e não pode viver nesse clima de indefinição”.
Fonte: Folha da Manhã